Histórico

É indiscutível a importância que a área de Tecnologia da Informação tem assumido no mundo contemporâneo, instituindo-se como elemento determinante de desenvolvimento de pessoas, empresas, municípios, estados e países. Motor do desenvolvimento econômico e vetor de agregação social, as tecnologias contemporâneas transformam profundamente o mundo e abrem inúmeras perspectivas de ampliação da qualidade de vida dos indivíduos, de transparência para as instituições públicas e de transformação da sociedade como um todo. Entretanto é possível identificar claramente dois paradoxo: Primeiro, apesar da importância fundamental da área e de seu crescimento, existe um déficit de profissionais. Segundo, apesar do potencial democrático das tecnologias em diminuir a distância existentes entre as diferentes camadas sociais, bem como para a qualificação para educação, o Brasil continua a ocupar as últimas posições nos rankings mundiais de qualidade em educação.
Passo Fundo ocupa lugar de destaque e estratégico no cenário da Tecnologia de Informação (TI) fora de capitais, uma vez que conta com uma grande base de empresas na área, associações de profissionais e empresas da referida, incubadoras empresariais e parques científicos e tecnológicos, além de vários cursos de nível médio e superior de graduação e pós-graduação. Assim, é fundamental. que se criem espaços e oportunidades para que se desenvolva competência nesta área já no ensino fundamental.
O projeto Escola de Hackers, inovador na área de programação de computadores, é um desses espaços promovidos pela Secretaria Municipal de Educação do município de Passo Fundo, que atende 41 escolas de Ensino Fundamental, na zonas urbana e rural, conforme exposto no site oficial da prefeitura.
A idealização do projeto veio de diversas ações que aconteciam na UPF em 2013, mais especificamente no Grupo de Estudos e Pesquisa em Inclusão Digital (GEPID) e no projeto de extensão Mutirão pela Inclusão Digital. A ação responsável por esta promoção foi a Olimpíada de Programação de Computadores para Estudantes de Ensino Fundamental, que já viabilizava a utilização do software Scratch pelas equipes participantes e, a partir de seu destaque na região. E, no final deste ano, o projeto foi sistematizado por professores colaboradores do grupo e projeto de extensão anteriormente citado, cujo principal objetivo é oportunizar espaço para desenvolvimento de competências na área de programação de computadores e de raciocínio lógico-matemático para estudantes do ensino fundamental da rede pública de ensino do município de Passo Fundo.
A partir disso, no início de 2014, iniciou-se as atividades da Escola de Hackers, com a inscrição de 21 escolas e de 312 alunos matriculados nas mesmas. Em cada escola, foram realizadas oficinas semanais de aproximadamente duas horas, por um monitor, acadêmicos bolsistas das IES envolvidas e alunos PIBID da Licenciatura em Matemática da UPF,  usando software Scratch. As atividades trabalhadas nas oficinas foram elaboradas e discutidas em reuniões semanais com os monitores e equipe organizadora do projeto. Elas abordavam conceitos iniciais de programação e raciocínio lógico, noções de variável, de listas, operadores, sensores, controle, entre outros.
Com a base de programação construída, os alunos passaram a adquirir autonomia para criação de seus projetos. Dessa forma, as atividades passaram a explorar esta característica, através de animações e jogos. Inicialmente, os monitores apresentaram  aos seus alunos os conceitos de jogo e de animação. Na sequência, eles os desafiaram  a elaborar um jogo e uma história animada. Os alunos, então divididos em grupos e motivados, realizaram os dois desafios
No final do ano de 2014, foi realizada a apresentação dos projetos desenvolvidos pelos alunos na sua comunidade escolar. Cada escola organizou um espaço e um dia para a execução de tal atividade. No dia escolhido pela escola, cada grupo de alunos descreveu as concepções para elaboração de seus projetos e a sua finalização. Foram dois os desafios lançados para os alunos realizarem seus projetos realizarem seus projetos: a construção de um jogo e a animação de uma história natalina. Participaram das apresentações dos alunos representantes da UPF, direção, coordenador do laboratório de informática e alunos da escola.
Após a finalização deste projeto piloto, o desdobramento foi em 2015, a continuidade das oficinas nas escolas para novos estudantes, com o auxílio daqueles que já participaram do projeto, e a realização de oficinas avançadas de programação, na UPF, para estudantes destaques desta primeira experiência, envolvendo a robótica educacional.
Neste ano de 2017, serão 4 frentes diferentes: Berçário de Hackers, Escola de Hackers, Escola de Hackers Avançada e Academia White Hat. O Berçário de hackers atenderá crianças de 5 a 6 anos da EMEI Cantinho Feliz. A Escola de Hackers acontecerá em 11 escolas municipais e deverá formar cerca de 150 jovens. A Escola de Hackers Avançada será composta por 10 dos melhores programadores da Escola de Hackers e trabalhará com robótica. Por fim, a Academia White Hat será destinada a pessoas da terceira idade e vem como novidade neste ano.
O atual grupo de trabalho é composto por acadêmicos dos cursos de Pedagogia, Psicologia, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Ciência da Computação e Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática, além de professores da área de Psicologia e Computação da Universidade de Passo Fundo. O projeto Escola de Hackers foi agraciado recentemente com o Prêmio Líderes & Vencedores da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.

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